Guilherme Kappel
Durante o período natalino levamos um cidadão infrator preso por furto e sem qualquer lesão a um estabelecimento público de saúde para que lá fosse avaliado por um médico de plantão. No entanto, o relatório médico veio com uma observação no mínimo curiosa: "Paciente sob a custódia da polícia, podendo omitir informações devido a medo de represália."
Apesar de a princípio, não vislumbrar qualquer conduta ilegal por parte do médico, a minha opinião pessoal e expressa é de que no mínimo, ela foi inadequada, pois já parte de um pressuposto de que há no Brasil, uma cultura de violência policial, de abuso, de tortura, cujo infrator, temendo pela sua integridade física, possa omitir informações durante a avaliação médica.